segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Editorial | Fevereiro 2014


Qual a importância da Acorde, afinal?

Janeiro é mês de formação na Acorde e, portanto, de refletir sobre o que fazemos, por que fazemos e aonde queremos chegar. Ao nos dedicarmos a tal tarefa temos sempre que pensar em nosso foco – a criança e o jovem –, e em nossa missão: fortalecê-los para o futuro. Mas que futuro é esse? O que precisamos fortalecer neles?

Vivemos tempos desafiadores, de grandes mudanças na forma como estamos no mundo e em como nos relacionamos, provocados pela revolução da comunicação e pela consequente rapidez na disseminação de conhecimento e informação. “Estamos apenas no início da evolução da comunicação digital. Estamos na pré-história de uma nova era (...)”, afirma o filósofo francês Pierre Lévy, doutor em História da Ciência pela Universidade de Sorbonne, em Paris.

Isso gera um sério problema para a sociedade em relação a como preparar as crianças de hoje para o futuro, porque não há como prever como será o mundo daqui a trinta anos.

No entanto, algumas reflexões podem ser feitas. Se olharmos para o sistema educacional atual, por exemplo, veremos que foi construído sob a égide da matemática e das ciências, seguindo a tendência e os valores da Revolução Industrial, como quase todos os sistemas educacionais do mundo ocidental. Assim, as crianças  continuam a ser educadas para desenvolver características que eram importantes no século XIX.

Mas, e agora, essas mesmas características ainda são fundamentais? Que ferramentas os adultos de 2040 precisam ter para enfrentar os desafios da contemporaneidade? O que precisa ser incentivado, nutrido e acolhido nas crianças? Segundo especialistas, como o inglês Sir Ken Robinson, consultor internacional em educação, a criatividade é uma delas. Soluções criativas serão necessárias para o desenvolvimento da humanidade e endereçamento dos problemas que hoje a desafiam, como água limpa e energia.

No entanto, a criatividade não é uma qualidade desenvolvida pela matemática e pelas ciências, como são o pensamento lógico e a capacidade analítica, mas sim atribuída à música, à dança, ao teatro, enfim, às artes em geral.

É nisso que a Acorde acredita, e parece que estamos no caminho certo.
Nota: sobre o assunto, vale a pena ver esta palestra: Sir Ken Robinson TED Talk


Nenhum comentário: