segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Editorial | Boletim Agosto 2014

Muitas vezes esquecemos que somos uma jovem democracia e, como qualquer jovem, enfrentamos os desafios da idade. Para o terceiro setor, um grande desafio da atualidade é conseguir financiar seus projetos mantendo a necessária independência de sua causa, ou seja, não de dobrando aos interesses de investidores públicos ou privados. Para entendermos melhor o cenário, é importante lembrar que, durante o regime militar (1964 a 1985), as organizações da sociedade civil tinham como principais características a informalidade, o alto comprometimento de seus integrantes com as causas defendidas e os fortes laços de amizade, lealdade e confiança entre eles, uma forma natural e legítima de enfrentar os restritos limites da época.

A partir da segunda metade da década de 80, o processo de democratização proporcionou uma mudança significativa nesta dinâmica, a começar pela mobilização social em torno da aprovação da Constituição de 1988. A partir deste momento, um campo heterogêneo de atores sociais foi tomando forma, com a separação clara de organizações socais, movimentos sociais e organizações ligadas à igreja. Os desafios de operação do sistema democrático foi deixando clara a oportunidade para uma atuação mais efetiva, continua e direta destes atores sociais, que começam a ganhar relevância e complexidade.

Durante todo este período, o dinheiro investido no fortalecimento destas ações e organizações veio, em sua grande maioria, de fora do Brasil. Mais recentemente, quando o Brasil se coloca no mundo como um país com grade potencial de mercado, os investidores sociais estrangeiros migram seus esforços para outros países, ao enxergar, no Brasil, um potencial financiar suas próprias ações sociais.

No entanto, por mais que haja, no Brasil, riqueza suficiente para tanto, não está ainda profundamente embrenhado em nossa cultura a participação social e o financiamento do terceiro setor.

Olhando para este cenário, a sociedade civil tem se mobilizado para trazer esta discussão à tona e promover, no Brasil, o fortalecimento de uma cultura de doação, apoiando inciativas. É neste momento que a Associação Acorde entra como uma das fundadoras do Movimento por uma Cultura de Doação e, aliada ao esforço de um grupo de organizações composta pelo Arredondar, a ABCR, o Instituto Doar, a Juntos.com.vc, a Base Colaborativa e a Sitawi, se propõe a articular a parceira entre o Dia de Doar, lançado em 2013 pelo Instituto Doar, e o movimento internacional de fomento à cultura de doação, o #GivingTuesday.

Conceitualmente, o #GivingTuesday nasce atrelado ao Dia de Ação de Graças anglo-saxão e suas recentes datas comerciais, como a Black Friday, que abre a temporada de compras de natal e já está sendo “importada” pelo comércio brasileiro. Assim, na primeira terça feira do mês de dezembro, neste ano dia 02/12/14, é #DiadeDoar no Brasil e no mundo. Estamos com o olhar afinado para a este momento histórico do desenvolvimento do terceiro setor no Brasil.

FORMAÇÃO DA EQUIPE

Julho, mês de férias, mês em que paramos um pouco e buscamos energia e sabedoria para continuar. É em julho que avaliamos nossas ações e atividades do primeiro semestre. E neste mês, sem os nossos educandos, iniciamos o período de formação com dinâmicas, momentos de reflexão e muita roda de conversa. Nossa equipe mergulhou na questão do planejamento e da coparticipação, objetivando um trabalho mais conjunto e contínuo.
Nesta caminhada tivemos como parceiros a equipe do Aprendix, do FICAS, a Mediadora de Conflitos, Célia Bernardes e a nossa Consultora Pedagógica, Gisa Picosque.

Agora, com as nossas crianças e jovens de volta, estamos colocando em prática o aprendizado adquirido em julho... alguns educadores até já estão colhendo o fruto deste período reflexivo – o que muito nos alegra!